terça-feira, 26 de outubro de 2010

Cap 3 - The Gift



The Gift        



Acordei, vi que estava no chão, levantei, meu corpo não doía mais, fui até o banheiro e olhei para o espelho, assustei quando vi que meu olho agora era verde vivo, as bandagens ainda cobriam o meu rosto deixando apenas meus olhos descobertos. Minha curiosidade aumentava a cada instante será que meu cabelo tinha mudado também? Não aguentei e tirei a bandagem, a medida que eu tirava minhas bandagens minha curiosidade só aumentava, quando toda a bandagem no meu rosto havia saído eu assustei com o resultado. Meu cabelo antes loiro, agora estava castanho, não me sentia diferente apesar disso,  ouvi vozes vindo da cozinha, lavei meu rosto para acordar e volte-me para a cozinha. Lá estava minha mãe, Carlos, Mirya, Marie e Claire, todos pareciam surpresos, mas acho que só por que meu olho e meu cabelo haviam mudado de cor, carregavam um bolo de aniversario nas mãos. Olhei para o calendário, começava a detestar aquele calendário, era uma terça-feira, dessa vez eu havia apagado por treze dias, o dia estava circulado no calendário e dentro daquele pequeno quadrado estava à letra “N” escrito e um desenho de um bolo de aniversário.
Para as pessoas que ainda não entenderam, meu nome é Nicholas, mas todos me chamavam de Nick. Era meu aniversário e como presente havia ganhado um novo rosto vindo de um fantasma ou um cadáver, ou seja, lá o que ela fosse.
Finalmente acordou dorminhocodisse Carlos ainda sério.
Bem, Feliz aniversário disseram todos em uníssono.
Obrigado­respondi.
A festa começou e todos queriam me contar como as férias estavam indo, Carlos estava em um curso de arqueologia e ia tentar o vestibular no ano que vem, ele estava muito mais serio que o normal, seu colar brilhava intensamente, um colar muito estranho que ele nunca tirava, era de prata polida com uma pequena pedra de um mineral raro que o pai dele escavou (uma família inteira de arqueólogos...).Claire e Marie estavam noivas e iam se casar no final de abril (cerca de 6 meses), iam tentar arquitetura no final do mês. Mirya estava tensa, como se ela quisesse falar algo comigo em particular, ela estava maravilhosa como sempre, mas seu rosto estava manchado como se ela estivesse chorando muito esses dias, ela fez um sinal mostrando o meu quarto, quase automaticamente fui em direção para meu quarto, mas antes de eu sair Carlos me puxou e me levou para a sala.
Então como foi com ela?nunca o vira tão serio em minha vida.
— Quem?
— A garota da árvore, quem mais seria.
— Como você sabe sobre ela?
— Você não me respondeu, como foi? — ele estava serio começava a me assustar.
­— Não consegui ouvi-la.
— Melhor assim — ele parecia aliviado — bem, então aproveite seu dia.
Me virei mas antes de sair ele me puxou mais uma vez, vi que ele mexia no seu bolso, então ele tirou uma pequena caixa preta.
— Seu presente — disse me entregando a caixa.
Abri, lá estava uma pedra, ela brilhava intensamente como se fosse uma lâmpada, era pequena mas muito bonita, agradeci e virei em direção ao quarto quando ouvi o Carlos sussurrar mais uma coisa.
— De todos aqui, o Mirya foi a que mais sofreu com seu apagão.
Pressentia que isso era verdade, sorri e agradeci mais uma vez, coloquei a pedra no meu bolso e fui em direção ao meu quarto, tentando ser o mais silencioso possível, via Carlos sorrir a medida que eu me distanciava, pensava o que ele queria dizer com o “Melhor assim”.
Cheguei ao meu quarto, Mirya olhava para o brinco um pouco assustada, não entendia o motivo, o brinco apenas me levou para uma espécie de mundo paralelo, com uma menina cadáver, nada de mais. Me aproximei dela, seu rosto era perfeito, seus cabelos tinham sidos cortados, mas ainda eram muito grandes, seus olhos brilhavam como um grande mar azul. Ela me olhou com aqueles grandes olhos azuis, uma lagrima escorreu pelo seu rosto, abaixei e limpei seu rosto com minha mão. Então nos beijamos, um beijo quente, apaixonado, me deixei levar por aquele beijo, quando dei por mim estava na minha cama com a Mirya abraçada ao meu lado, dei mais um beijo nela, ela me abraçou ainda mais forte, podíamos ouvir o balançar da cama no quarto ao lado, parecia que não éramos os únicos a aproveitar a noite.
Acordei, Mirya ainda me abraçava forte, comecei a pensar o quanto ela deveria ter sofrido com meu apagão, mas por mais que eu quisesse a fala do Carlos parecia gravada no fundo do meu cérebro, o que era melhor eu não saber? Porque ele estava tão serio sobre isso? E o principal, quem era aquela garota fantasma?
Todos esse pensamentos desapareceram por um instante quando Mirya acordava, ainda me abraçando e me dava um beijo de bom dia. Ela levantou e foi em direção ao banheiro, então voltei a ouvir o barulho da cama no quarto ao lado, pelos gritos percebo que eram Claire e Marie, fiquei lá pensando como deveria estar no quarto ao lado.
Então o brinco começou a brilhar, nem pensava mais nele, mas o fato dele estar brilhando daquele jeito era que a garota estava me chamando, “Logo agora” pensava. Então levantei, coloquei minhas roupas e fui e direção ao brinco, mas antes que eu chegasse perto Mirya saiu do banheiro e olhou diretamente para o brinco, ela riu, não entendi o porquê, então ela chegou perto de mim e disse com toda a calma do mundo:
— Boa sorte Nick.
Olhei para a ela e ela sorriu, não estava entendendo mais nada do que estava acontecendo ali, minha única certeza era de que ela e o Carlos escondiam alguma coisa.
Fui em direção ao brinco, ele brilhava mais a cada passo que eu dava em sua direção, quando o peguei, o mundo começou a ficar em preto e branco mais uma vez, e lá estava ela, a garota, olhando para mim com aqueles olhos verdes. Ela se aproximou chegou bem perto, não ficava mais assustado com sua podridão, então quando eu pensava que ela iria me surpreender de novo, quando eu achava que estava pronto pra qualquer coisa que ela pudesse fazer, ela faz a única coisa na qual eu não esperava que um cadáver/fantasma fizesse. Um beijo, frio como gelo, tudo a minha volta rodava e então apaguei.

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