quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Cap 7 - The Girl From Yesterday

Minha cabeça doía quando voltava ao metrô, era Tabatha, eu sabia que ela estava com raiva de eu estar atrasado, mas não me importava, tinha feito uma coisa para uma grande amiga e não importa o quanto minha cabeça doesse, eu ia aguentar. Ela parecia entender isso, então minha cabeça começou a latejar, como se milhões dançarinos holandeses começassem a dançar com aqueles tamancos de madeira, e uma risada de criança ao fundo, como se ela se divertisse com isso.
Minha estação estava quase chegando, torcia para que ninguém me parasse de novo, não sei se ia aguentar a Tabatha brincado na minha cabeça, encostei minha cabeça na parede do vagão e comecei a tentar assimilar tudo àquilo que acontecia comigo, mas antes que eu pudesse começar uma voz familiar falou calmamente no meu ouvido.
— Agora fica até difícil de te reconhecer ­ — era Christine, ela estava diferente, sés cabelos antes loiros, agora eram negros, seus olhos continuavam verdes, mas agora tinham um brilho que me lembrava um veneno. Era uma mulher linda, tinha cerca de vinte e dois anos, você facilmente a confundiria com uma modelo, mas ela era apenas uma médica de escola.
— Gostou do meu presente? — ela disse com sua calma de sempre.
— Que presente?
— Você não percebeu? — ela perguntou com certa irritação — você sabe o que eu sou?
Suas unhas cresceram em volta do meu pescoço, eram muito afiadas, estavam a centímetros de arrancar meu pescoço fora, já aparecia um pequeno corte, com um filete de sangue escorrendo. Limpei o sangue com minha mão, olhei para as unhas dela, estavam como de uma pessoa normal, ela sorria um sorriso que assustava qualquer um.
— O que é você? — perguntei ainda limpando o sangue em minha mão.
— Sou uma súcubo — ela falou sorrindo, como se aquilo fosse à coisa mais normal do mundo.
Até onde eu sabia uma súcubo invadia os sonhos dos homens e tomava a forma de uma mulher maravilhosa, dependendo da pessoa também podia tomar a forma de um animal, ou uma criança (gosto é que nem cabelo tem gente que nem tem...), e tinha relações sexuais com a vitima, sugando sua energia vital. Isso era um problema, não queria passar noites e mais noites acordado com medo de que uma mulher maravilhosa sugue minhas energias vitais até a morte.
— Não se preocupe, não consigo invadir seus sonhos — ela disse como se lesse meus pensamentos, era a segunda vez que isso me ocorria, tinha que treinar minhas reações.
— Qual foi seu presente? — perguntei tentando mudar de assunto.
— Eu te recuperei logo depois que você conheceu a fantasma.
— Como assim?
— Você estava mudando, sua vida estava se esvaindo e você perdia muita energia, se eu não estivesse lá você provavelmente iria morrer.
Não sabia o que dizer, ela deve ter salvado a minha vida então apenas agradeci.
— Como assim você não consegue entrar em meus sonhos — tentava mais uma vez mudar de assunto que cada vez ficava mais desconfortável.
— Isso eu não sei, parece que tem um bloqueio — ela falava mais baixo agora.
Isso me aliviou um pouco, olhei para a porta esperando que ela se abrisse, afinal com toda essa conversa eu acabei chagando no meu ponto.
Dei um adeus a Christine e fui em direção a porta pensando como em dois dias quase todo mundo havia mudado, como tudo que conhecia estava mudando na bem na minha frente e eu lá, sem poder reagir.
Fui andando pelas ruas, guiado por Tabatha que fazia minha cabeça doer toda vez que eu errava a rua, logo cheguei a uma grande casa, ela estava desbotada, mas ainda era uma bela casa, um lote muito grande cercado por uma cerca viva muito alta, janelas enormes cobriam a casa tanto no primeiro quanto no segundo andar. Olhava deslumbrado para aquela casa quando senti um frio na espinha, vinha de algum lugar no primeiro andar, estava encoberto pela cerca viva procurei ao meu redor algo que eu pudesse subir para ver, achei uma árvore na casa da frente, subi nela e com algum custo, cheguei no topo. Congelei, na janela logo no primeiro andar, lá estava ela, uma menina de aproximadamente doze anos, seu pescoço estava com uma grande mancha de sangue, seus olhos verdes brilhavam intensamente, sua pele pálida estava em contraste com seus cabelos negros, ela olhava fixamente para mim, como se fosse me matar apenas com seu olhar. Quase instantaneamente minha cabeça começou a doer, lá no fundo comecei a ouvir uma voz, parecia Tabatha. “É ela, depois de tanto tempo e ela ainda está lá.”. Um barulho vindo da casa calou a Tabatha, desci rapidamente da árvore para que não me notassem. Escorreguei, cai e bati minha perna no chão, doeu muito, gritei, acho que todos na rua devem ter me escutado, o portão da casa vermelha se abriu, e uma senhora de aparentemente 36 anos abriu a porta, eu a reconheci, era a mãe de Tabatha, ela era muito bonita, seus olhos eram verdes como os de Tabatha, mas ela era loira. Ela olhou para mim preocupada, provavelmente por que eu tinha quebrado a perna, era o que parecia pelo menos. Ela me ajudou a entrar, enquanto entrava vi a irmã de Tabatha, por algum motivo ela não tirava os olhos de mim, seu sorriso era ao mesmo tempo confortante e amedrontador, como se ela quisesse me avisar alguma coisa, percebi que a mãe não a via, como se ela não estivesse lá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário